Prefeito Junior Filippo herda dívida de mais de R$ 250 milhões e enfrenta desafio de reconstruir Guaratinguetá após gestão Soliva/Regis

Guaratinguetá enfrenta um dos momentos mais delicados de sua história. Ao assumir o comando da cidade, o prefeito Junior Filippo herdou um verdadeiro caos financeiro e administrativo, resultado da má gestão da administração anterior de Marcus Soliva e Régis Yasumura. A dívida total ultrapassa os impressionantes R$ 252 milhões, colocando o novo governo diante de um enorme desafio para recuperar a cidade e garantir serviços básicos à população.

O legado desastroso da gestão Soliva/Yasumura

Os números que compõem esse cenário crítico são alarmantes. Além do rombo financeiro, o novo governo precisa lidar com um alto número de ações trabalhistas, o transporte público à beira do colapso e a situação crítica da CODESG (Companhia de Desenvolvimento de Guaratinguetá), que acumula uma dívida de R$ 41,5 milhões e coloca em risco o futuro de 200 funcionários. A CODESG deve cerca de R$ 6,5 milhões a fornecedores, mais de R$ 1 milhão em tributos e quase R$ 23 milhões à família Byton, o que compromete seriamente sua capacidade de operação.

As obras de infraestrutura também foram afetadas pela má administração. Projetos financiados pelo Dade estão paralisados, com risco de devolução dos recursos devido à má utilização com o agravante da cidade perder o título de “Estância”, com isso perder também seus significativos recursos advindos do estado. Já as obras vinculadas ao Finisa, que somam R$ 46 milhões, estão sob investigação do Ministério Público e sujeitas a sindicância da própria prefeitura.

O impacto dos débitos previdenciários e trabalhistas

A situação fiscal é ainda mais preocupante com os débitos previdenciários do INSS, que chegam a R$ 87,1 milhões referentes a acordos firmados desde 2013 e agravados por um decreto de 2019. O valor das parcelas mensais ultrapassa R$ 668 mil, comprometendo seriamente o orçamento municipal.

As condenações civis e trabalhistas também pesam sobre as contas públicas. Os precatórios somam um total de R$ 67 milhões, com uma parcela mensal de R$ 850 mil apenas para essa finalidade. As ações trabalhistas já ultrapassam R$ 23 milhões, enquanto os processos civis chegam a R$ 20,7 milhões.

Crise na Saúde e na infraestrutura

A saúde pública de Guaratinguetá está em estado crítico, segundo Filppo, o problema não é a falta de dinheiro, já que o município investe 32% do seu orçamento anual na pasta, o problema é como é feita a divisão desses recursos. Enquanto a Santa Casa e a UPA levam quase 60% desse bolo, a atenção básica fica com apenas 4%. A cidade também sofre com a falta de zeladoria, o que impacta diretamente na qualidade de vida dos moradores e na manutenção da infraestrutura urbana.

O setor de saneamento também apresenta graves problemas. A SAEG (Serviço de Água e Esgoto de Guaratinguetá) foi alvo de 97 apontamentos de irregularidades pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) em setembro de 2024, com apenas 15% do esgoto tratado até junho de 2024.

O papel fundamental da Câmara Municipal

Diante desse cenário devastador, “a reconstrução de Guaratinguetá exigirá um esforço conjunto entre o Executivo e o Legislativo”, enfatizou Junior Filippo. A Câmara Municipal terá um papel crucial para garantir a aprovação de medidas emergenciais que permitam à administração Junior Filippo reorganizar as contas, destravar obras e restabelecer os serviços essenciais à população.

A parceria entre o prefeito e os vereadores será determinante para a recuperação da cidade. Sem o apoio político necessário, a tarefa de reconstrução será ainda mais difícil. Junior Filippo e sua equipe enfrentam um cenário desafiador, mas a união entre os poderes pode ser o caminho para tirar Guaratinguetá do atoleiro financeiro e administrativo.

Desafio monumental à frente

Junior Filippo assumiu a prefeitura em meio a um dos piores cenários já registrados na história de Guaratinguetá. O desafio agora é organizar as contas, retomar os serviços básicos e devolver à população e principalmente ao funcionalismo público a confiança em uma gestão pública eficiente e transparente. O caminho será árduo, mas com planejamento, responsabilidade e apoio político, Guaratinguetá pode reencontrar o caminho do desenvolvimento.

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