Conforme levantamento de dados da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL MT), os resultados das vendas do comércio de Mato Grosso seguem mostrando desaceleração das vendas do setor, mantendo a tendência observada em meses anteriores.
De janeiro a setembro de 2024, segundo dados do IBGE, as vendas do comércio varejista cresceram 3,5% no Estado. Embora o número aponte crescimento, cumpre notar que o ritmo de avanço ficou abaixo do observado no início do ano. Já as vendas do varejo ampliado – que inclui todas as atividades segmentadas pelo IBGE – desaceleraram e, nas últimas medições, mostraram um leve recuo. A queda foi de 0,2% no acumulado do ano.
Outro importante setor da economia local mostra recuo da atividade. De acordo com o IBGE, o setor de serviços acumula queda de 9,6% no ano. Dada a importância desse setor para a economia local, o dado reforça a perspectiva de desaceleração da economia de Mato Grosso.
“Depois de anos sustentando um crescimento acima da média nacional, a economia local sofre os impactos da queda da produção agrícola, afetada por adversidades climáticas”, observa o presidente da Federação das CDLs, David Pintor.
No mercado de trabalho, isso se reflete na redução do saldo de vagas formais criadas. Esse saldo foi positivo no 3º trimestre de 2024, indicando que as admissões superaram as demissões. No entanto, o número ficou abaixo do verificado no mesmo período de 2023.
O ano, contudo, ainda não acabou. Os dados do comércio referentes ao terceiro trimestre ainda serão divulgados. E não será um trimestre qualquer. “Neste e no próximo mês, há expectativa de um movimento maior no comércio em razão das vendas de fim de ano”, pontua Pintor.
Vendas do comércio varejista crescem a um ritmo menor e vendas do varejo ampliado recuam no acumulado do ano em Mato Grosso
De acordo com dados do IBGE, as vendas do comércio varejista seguem crescendo em Mato Grosso, mas a um ritmo menor do que o observado no início do ano. No primeiro bimestre, o avanço chegou a 12,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já no acumulado de janeiro a setembro de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023, o avanço foi de 3,5%. Isso mostra uma desaceleração das vendas do setor. O comércio varejista desconsidera as vendas de segmentos específicos, como o de veículos e materiais para construção. Considerando o conjunto de todas as atividades comerciais, houve um recuo de 0,2% no acumulado do ano.
Indicador de prestação de serviços recua em Mato Grosso refletindo queda da produção agrícola
Os dados dos demais setores da economia de Mato Grosso mostram que o volume de prestação de serviços ainda recua. De janeiro a setembro de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023, o recuo do setor foi de 9,6%, ante um avanço de 2,9% na média nacional. Devido à importância do setor de serviços para a economia local, os dados sugerem um desaceleração da atividade econômica no estado. Essa desaceleração tem relação com o desempenho de outro setor importante da economia local: as projeções do IBGE para a produção agrícola apontam queda da safra em 2024, em razão da longa estiagem que afetou a região. Estima-se uma queda de 7,3% na produção de grãos de Mato Grosso, ante um recuo de 6,9% no país como um todo. Por fim, a produção industrial ainda mantém o crescimento. No acumulado do ano, a alta foi de 2,9%. Já na comparação mensal, entre setembro de 2024 e o mês anterior, a alta foi de 0,7%.
Em Mato Grosso, 11.314 vagas formais foram criadas no 3º trimestre de 2024, mostra CAGED
Em setembro de 2024, o saldo de vagas formais de trabalho criadas na economia de Mato Grosso foi de 1.723, de acordo com dados do CAGED. Ao longo do terceiro trimestre, esse saldo chegou a 11.314 no estado. O saldo de vagas resulta da diferença entre o total de admissões e o total de desligamento no período considerado. Saldos positivos indicam que as admissões superaram os desligamentos. A abertura dos dados por setor mostra que o setor de Serviços lidera a criação de vagas no estado, com saldo de 1.121 em setembro de 2024. Em seguida, aparece a Indústria, com saldo de 360. No comércio, o saldo foi de 90 vagas criadas. Mesmo com saldo positivo observado no 3º trimestre de 2024, cabe destacar que o saldo foi menor do que o registrado no mesmo trimestre do ano anterior (15.295), refletindo a desaceleração de setores do estado.
Crédito empresarial recua na comparação entre setembro de 2024 e o mesmo mês de 2023 em Mato Grosso
A última edição do Panorama analisou a evolução do crédito a Pessoas Físicas em Mato Grosso. A presente edição destaca a evolução do crédito a empresas. De acordo com dados do Banco Central do Brasil, o volume de crédito concedido a esse segmento chegou a R$ 73,1 bilhões em setembro de 2024. Na comparação com setembro de 2023, constata-se uma queda de 1,0% no saldo de crédito, ante um avanço de 3,2% no país como um todo. Esses números revelam um reversão do desempenho do crédito empresarial no estado, que cresceu a taxas expressivas até julho de 2024. A taxa de inadimplência bancária, por sua vez, vem crescendo no estado e alcançou 2,7% em setembro de 2024. Essa taxa representa o percentual do saldo de crédito com atraso superior a 90 dias. O crédito empresarial é importante porque é uma das fontes de capital de giro e recursos para investimentos dos negócios locais.
IPCA acelera acumula alta de 5,0% na região Centro-Oeste; energia ainda pressiona
De acordo com dados do IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 4,8% na região Centro-Oeste, no acumulado dos 12 meses encerrados em outubro de 2024. O IPCA é o índice oficial de inflação do país e aponta a variação média dos preços de bens e serviços tipicamente consumidos pelas famílias com renda entre 1 a 40 salários mínimos. Observa-se que, depois de um período de queda expressiva, o IPCA vem oscilando em torno de 4,5% na medição local. Além disso, a variação dos preços na região ficou bem próxima da média nacional (4,7%). No país como um todo, os itens de consumo relacionados à “Educação” apresentaram a maior alta no acumulado de 12 meses, com variação de 6,9%. Os itens de Habitação, ainda pressionados pelo aumento do custo da energia residencial, registraram alta de 6,1%. Por fim, o IGP-M, índice apurado pela FGV, acumula alta de 5,6%. Esse índice é frequentemente usado para reajustes de contratos.
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