O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), em pronunciamento nesta segunda-feira (2), alertou para a gravidade da emergência climática registrada no Brasil. Ele fez referência aos incêndios florestais no país do mês de setembro, lembrou que aproximadamente 60% do território brasileiro esteve coberto por fumaça naquela ocasião e destacou que o impacto das mudanças climáticas são "cada vez mais intensos".
— Em 16 de setembro, o Brasil registrou 1.795 novos focos de incêndio em um só dia, totalizando 57.312 focos na primeira quinzena do mês, um aumento de 132% em relação ao mesmo período de 2023. Em todo o mês de setembro, 5,5 milhões de hectares foram queimados na Amazônia. O cerrado foi o segundo bioma mais atingido, com 4,3 milhões de hectares queimados. O Pantanal teve um aumento de mais de 900% nos incêndios — enumerou. Os números são do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e do projeto MapBiomas, do Observatório do Clima.
O senador ressaltou que os incêndios causam impactos irreparáveis, como perda de biodiversidade. Além disso, ele mencionou o aumento de doenças respiratórias em regiões metropolitanas, e acrescentou que o setor agropecuário somou prejuízos de R$ 14,7 bilhões entre junho e agosto, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
— Podemos concluir que os incêndios florestais são uma tragédia de múltiplas dimensões: afetam a saúde pública, destroem a fauna e a flora, comprometem a biodiversidade, prejudicam a nossa economia e impactam diretamente a agropecuária. O futuro do Brasil e do planeta depende de ações conjuntas. É fundamental que o Executivo federal assuma a liderança em algumas das iniciativas, em colaboração com o Legislativo, para evitar que as queimadas do próximo ano voltem a causar prejuízos recordes tanto aos setores econômicos quanto à proteção ambiental — concluiu.
Kajuru foi presidente da Subcomissão Temporária do Mercado de Ativos Ambientais Brasileiros (CMAATIVOS), onde apresentou um relatório com planos de ação, para enfrentar a crise climática. Ele também defendeu a reestruturação e o aumento dos investimentos nos órgãos ambientais nacionais, além da ampliação das áreas de conservação ambiental.
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